quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A morte ronda

"A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto."
(Fernando Pessoa)


Se tropeço pela vida é porque no meu caminho existem pedras, no meu caminho tinha umas pedras, tinham umas pedras no meu caminho. Que droga!

As pedras mais altas e duras dessa vida com certeza estão ligadas à morte. Até hoje, só conseguir escalar essas pedras tendo a certeza da brevidade da vida. Passamos por aqui, e apesar dos laços que fizemos, dos amigos, da família, dos amores, nada disso pode impedir que um dia nosso coração pare, nossos órgãos entrem em colapso e paremos de respirar. Simples assim.

O que há depois daquele derradeiro momento? Não sei. Ninguém sabe. As explicações sobre a morte são subjetivas, vagas. Baseadas em religião ou crenças. A morte é o puxão do fio da rede entre o nosso mundo e o desconhecido.

Não há conforto para a morte, somos egoístas o bastante para querermos eternamente todos ao nosso lado. Impossível. Um dia todos se vão, é uma regra antiga. Digo que dos tempos da criação.

Sim, sentirei falta dos seus sussurros, afagos e engasgos. Mas o que eu poderei fazer frente a morte? Entende o quanto sou insignificante na frente dela? Sei que é derrotista me conformar, mas porque lutar contra um fato absoluto? Um amor pode ser ou não,  a morte sempre é.

Volto aqui, meses depois não para anunciar a minha morte. Mas para anunciar a morte de parte de mim. Bem vindos ao mundo real.


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